12 março 2013

Visitação


A meus pés ajoelhado
um pobre-diabo
minh'alma suplica e conjura.

Lambe minhas pernas,
sobe, me desfalece,
enquanto por todas as frestas
procura.

Digo a ele, em meio a gemidos:

— Pobre-Diabo, foste promovido.
Dou-te essa coisa que pulsa
um palmo acima do umbigo.

— Isto já me pertence, só tu não sabias.
Não lutes comigo.


E vasculhou os infernos
entre minhas coxas
enquanto sorria.

Via, sei que via minh'alma
mas não mais pedia.



2 comentários:

  1. Já revirei tuas bolsas e você meus bolsos, já falamos de nosso amor, da nossa paixão, já fomos do singelo ao erótico, do papo cabeça ao deboche mais explicito. Já duelamos em sexo machista e feminista, já me chamaste de marido ausente e no entanto nunca fui teu marido nem ausente, apenas amado.
    Já nos admiramos por nosso respeito, pelo nosso carinho e pela nudez de nossas opiniões, íntimas, despudoradas, francas... Já sacudimos até homegeneizarmos nossas diferenças, nossas confissões e no entanto ainda somos apaixonados.
    E hoje só me resta tornar público esse carinho e prazer que você me proporciona: somos parceiros! Parceiros que nunca foram além da verticalidade dos nossos poucos textos, da nossa literatura prazeirosa, debochata, cheia de tipos – à nossa moda – e desejar que a tua vida seja repleta de orgasmos multiplos, não só os sexuados, mas aqueles que só as coisas boas nos proporcionam.
    Só me resta desejar que tudo aquilo de bom que você ainda não conquistou, chegue de enxurrada, de caminhão ou numa enorme onda de realizações.
    te amo-te do p ao m!

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  2. Gostei do relato da visitação do Pobre-Diabo e sua descida as profundezas de sua alma! Admirei muito seus poemas e, por isso, sigo-te desde já! Abraços!

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